O corpo enxerga tão perto que pode não enxergar nada.
A imagem do tato e a da retina se cruzam, num mergulho em água cristalina.
Porque são mundos distintos, o corpo e a visão.
O que a gente vê no espelho espanta.
Quanto mais luz pior. O espelho parece mentir menos na penumbra.
O corpo faz outra imagem de si, enquanto a vista compõe a face do mundo.
De uma janela do corpo, o que não é corpo se forma.
A visão de dentro se afasta no exterior sumidouro.
Mantemos o rosto fora da água.
No limiar que separa da consciência o real.
O corpo está imerso no sonho, ou o sonho diante do olhar?
Foto de Toni Frissell, no álbum de Juliana Lombardi.
3 comentários:
Lindissimo
Lindissimo
Triste.
LOVE
Gerald
beijos londrinos
www.geraldthomas.com
http://geraldthomas.wordpress.com
Valeu!
abraço
Fábio, que maravilhoso! Cada frase que você escreveu é digna de um tempo para reflexão. Tive a mesma sensação que tenho quando leio um livro e sublinho algumas partes para reler várias vezes, pois sei que cada vez é possível uma nova interpretação. É tão bom, sempre, falar sobre Fotografia e, consequentemente, sobre a vida. Não dá pra separar uma da outra, nunca. Isso me deixa mais feliz. Bjs
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