16.11.09

Crítica ao otimismo ideológico




Vale dar uma olhada na entrevista da jornalista Barbara Ehrenreich na Istoé desta semana, sobre o que ela chama de “ditadura do pensamento positivo”. Barbara teve câncer e foi confrontada, além da doença, com a “ideologia organizada” da autoajuda que impõe o otimismo como princípio de cura para todos os males.


Alguns trechos da entrevista:

Falsa promessa – “Estamos acostumados a ouvir que, se pensarmos positivamente, as coisas boas virão. (...) As pessoas não podem continuar se autoenganando continuamente sem correr sérios riscos”.

Individualismo – “É só você que tem que mudar, o mundo não. Os livros de autoajuda nunca perguntam como seus desejos podem entrar em conflito com os do outro”.

Segregação – “Ninguém quer estar em torno de pessoas negativas, reclamonas, choronas ou vítimas. Elas se tornaram o equivalente moderno dos pecadores”.

Saída – “Por que não tentar olhar para o mundo, tanto quanto possível, como ele é? E ver quais as oportunidades e os perigos, e aí tentar descobrir o que fazer a respeito deles”.

No filme Sim, senhor, com Jim Carrey e Zooey Deschanel (foto), a história narra a mudança na vida de um personagem que diz “não” a tudo e passa a dizer “sim” depois de ir a uma palestra de autoajuda. Aborda de maneira leve os dois tipos de radicalismo, mostrando com bom humor os equívocos do excesso em qualquer dos casos.

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